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Cultura

Maior encontro de criatividade da América Latina, Rio2C bate recorde de público em 2024

Mais de 50 mil pessoas compareceram ao evento na Cidade das Artes, que teve como tema este ano a Era da Consciência

A entrada do evento na Cidade das Artes, no Rio. Foto: Piu Gomes
Piu Gomes
26 de junho de 2024, 17h48

Sob o tema “Era da Consciência”, o Rio2C, maior encontro de criatividade da América Latina, se consolida com números superlativos: em seis dias de evento, entre 27 de maio e 1° de junho, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, foram 511 painéis encabeçados por 1.663 palestrantes, oriundos de países como EUA, Inglaterra, Argentina, Nigéria e Israel, em 14 palcos e sete espaços de conteúdo. Participaram também mais de 250 players (interessados em co-produção de projetos e/ou aquisição de conteúdos), além de 350 executivos ligados à economia criativa. O Socialista Morena inicia aqui uma série de reportagens sobre essa jornada de comunicação do setor.

Criado em 2010 como Rio Content Market, então focado na indústria audiovisual, a partir de 2018 mudou de nome e abriu o leque para vários setores da economia criativa, como destaca Rafael Lazarini, seu idealizador e CEO: “O Rio2C continua a evoluir e a desempenhar um papel crucial na promoção da indústria criativa no Brasil, demonstrando a importância de repensar e fortalecer o financiamento e apoio ao setor, garantindo assim o seu crescimento e sucesso futuros. O tema deste ano visa justamente a conscientização sobre a responsabilidade e o papel da indústria criativa em voz e representatividade global, além de temas variados como direito autoral, sustentabilidade, inclusão e diversidade”.

Cidade das Artes, Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

Um cardápio tão vasto obviamente apresentou pratos requentados e insossos, mas no conjunto o apetite dos comensais foi saciado. Principalmente para os que compareceram de olho em fechar negócios e networking nos setores de inovação/startups, game, editorial, música e audiovisual, já que este ano também bateu recorde em projetos inscritos, com 1.522 nos pitchings e 1.239 nas rodadas de negócios. “Nesta edição, contamos com a participação de diversos palestrantes internacionais renomados, tanto da área de negócios, quanto da criação”, ressalta Lazarini.

Gringos como Axel Kuschevatsky, produtor argentino associado a títulos como o vencedor do Oscar O Segredo dos Seus Olhos e os indicados Relatos Selvagens e Argentina, 1985, escalado para um One-to-Many, encontro para promover networking, colaboração e desenvolvimento de negócios, mas exclusivo apenas para os portadores do crachá Industry, um dos passaportes mais caros do evento. O preço das inscrições, inclusive, foi alvo de críticas de participantes, que se queixavam do pouco tempo disponibilizado para a compra dos primeiros lotes, mais baratos.

Axel Kuschevatsky (Foto: Divulgação)

Em outros painéis, os que optaram pela categoria Creator, ou que adquiriram um One-Pass-Day, mais “em conta”, tiveram a chance de ouvir nomes como Caleeb Pinkett, produtor de Cobra Kai e que presidiu a produtora do cunhado Will Smith por uma década; Mary Ellen Coe, diretora de negócios do youtube, responsável por todas as operações comerciais globais, pelas parcerias de conteúdo para  monetização da plataforma, e pelo Programa de Parcerias do youtube (YPP), um ecossistema de mais de 3 milhões de criadores, artistas e empresas de mídia em todo o mundo; e  Jody Gerson, CEO da Universal Music Publishing Group.

Mary Ellen Coe (Foto: Divulgação)

Os dois últimos dias do evento sediaram o Festivalia, destinado ao público jovem. Nele, o humorista Gregório Duvivier resumiu outra das críticas do público à amplitude temática do evento: “Eu acho que existe um problema inerente na palavra conteúdo, porque ‘Mercado de conteúdo’ pra mim é uma coisa tão vasta”. Bruno Torturra, fundador do Mídia Ninja e atualmente ao lado de Gregório no Calma Urgente, completa: “Sem perceber, os veículos de comunicação, os jornalistas, os produtores de audiovisual, foram colocados no mesmo patamar que uma conta de twitter, de alguém que tem o celular na mão. Daí ‘conteúdo’ vira um nome mercadológico bem mais conveniente para falar de tempo de tela”.

Gregório Duvivier (Foto: Divulgação)

Erros de percurso à parte, o fato é que o Rio2C se tornou obrigatório para os profissionais da indústria criativa, principalmente para aqueles que têm um projeto em baixo do braço e acreditam nele, mas também para os que buscam informação qualificada (e separam o joio do trigo). As próximas reportagens abordam alguns aspectos que mostram isso. Até lá.

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